PROFESSORA CLORECI
Minhas Publicações

terça-feira, 5 de janeiro de 2021
sábado, 3 de outubro de 2020
domingo, 20 de setembro de 2020
domingo, 13 de setembro de 2020
CASARÃO DOS MULLER (Do livro “Mampituba um Vale Encantado”. Org. Cloreci Ramos Matos ) construído na década de 1880, não podemos desvincular essa historia de Cambraia, tudo girou em torno deste lugar. – localizado na divisa entre Mampituba e Torres, mas considerado pertencente ao município de Torres, porem não podemos deixar de nos reportar a este espaço, sendo que a proprietária ainda vive e reside com filhos na comunidade de Cambraia e grande parte do tempo mora no casarão. (escrito no ano de 2016)
Patrimônio a ser
tombado para preservação da historia local dos futuros dos governantes.
Permanece grande parte da historia deste lugar como espaço de comercio desde os
primórdios. Não existe separação de espaço quando existe historia e emoção.

Judite Müller (in memorian )
Maquina de costura
que era utilizada para costurar as roupas da família.
Instrumento
para moer café em grãos.
As Paredes do casarão foram construídas de pau a pique, barro com ripa.
...
tipo
A talha de barro que conservava agua fresquinha, num tempo que não tinha energia elétrica, muito comum e usada na maioria das casas.
...
“barro bojudo de cerâmica, de metal, para conservar liquido ou cereais”.
terça-feira, 4 de agosto de 2020
Maria Nova história de vida
sábado, 25 de abril de 2020
Origens e Colonização, Registros, Memórias e Histórias, do livro: MAMPITUBA UM VALE ENCANTADO. Org, Cloreci Ramos Matos)O tempo que a palavra turismo não era encionada e nem tão pouco cogitada.
Mampituba, desde o início de sua existência começou com a agricultura principalmente
de cana-de-açúcar e de banana. As terras eram preparadas pela derrubada de matos com serras, braçais e de machado, fazendo as “coivaras” e retirando madeira para fazer tábuas e outras coisas mais de uma casa. Serravam a braço ou levavam as madeiras para as serrarias que começam a surgir perante a esse extrativismo. As principais serrarias foram de propriedades de Afonso Bedinot, Theófilo Lentz, Sr. Loca e Elpídio Selau. Mais tarde teve a serraria de Gervásio Menegás em Santa Luzia e Euclides Boaventura da Cunha em Vila Brocca. O transporte de madeiras era feito por carros de bois e carretões. Somente pelos anos de 1954 eram transportados por caminhões para uma serraria de Morro Azul.
Na segunda década de 50 despertava interesse pela plantação de arroz também. Razão que uma firma grande denominada SCHAZAN de uma indústria e comércio de Porto Alegre, veio explorar terras em Rio de Dentro e Vila Brocca, instalando uma granja de arroz oportunizando serviços durante quatro anos a muita gente. Desde os membros da gerência de Porto Alegre, juntamente com o Dr. Inácio Angulo, ex vereador de Torres, advogado e delegado de Torres. Várias famílias se deslocaram para lá trabalhar com muitos outros da comunidade e arredores. Os operários eram chamados de arigós, eram os meninos que distribuíam água para os operários, indo de encontro dos mesmos, de um lado para outro. As terras das granjas pertenciam proprietários locais que mais tarde finalizada essa grande continuaram plantando para si.
No preparo das terras usavam apenas dois tratores, alguns arados e trilhadeiras. E os demais trabalhos continuavam braçais com marretas e enxadas. Havia ainda matas constituídas por vegetais nativas, algumas sendo figueiras. Por tanto a preocupação não era com meio ambiente. “Bonito era meio ambiente devastado. ”
Falando em agricultura não se pode negar a chegada de plantação de fumo, sendo dado o início em 1956. Dava trabalhos aos membros da família e vizinhos que queriam trabalhar e aos construtores de estufas para a secagem do fumo. De dentro da lavoura para a estufa eram transportados por zorras. Usavam mais pequenos instrumentos como o olerador. Essa lavoura está cada vez mais decaída, dando lugar atualmente para a plantação de maracujá.
Aspecto geográfico de Mampituba Memórias inesquecíveis. É o fechar os olhos e ver as pequenas várzeas e os montes, serras, bacias e o formato do Rio de Dentro. Vales de Vila Matias, Rio da Invernada, Rio da panela, Rio do Meio e Santa Luzia. As chapadas do Morro Bicudo, do Taquaruçu, Chapada dos Borges isso formando as pequenas chapadas de Roça da Estância. As encostas, a maioria cheia de bananais.
Também há lembranças dos valos, de Vila Brocca que nasce no Mampituba próximo a subida para Roça da Estância., o valo dito no passado valo dos Bedinotes. Esses valos têm uma história bastante desconhecida de que este foi construído grande parte pelo Brocca, filho de Miguel. Lá encontraram ossadas contendo crâneos, fêmur, e outras partes de esqueleto humano, ficaram entre duas conclusões – ser ossos de índios que há muito tinha na região ou combate na guerra dos farrapos que por ali para subir a serra do cavalinho,
conforme consta em alguns livros de historiadores sobre essa revolução e os
farroupilhas.
Outro fato visto foi uma bola de fogo que vinha da gruta do rio sangão, passando por ali até uma dimensão de grande porte, parecia que voava com grande leveza, depois sumia ou parecia voltar para as furnas. Deveria ser uma energia qualquer, inclusive formada por pequenos seres minúsculos, parecia ser fogo. O senhor Mimi carvalho pai de Vilma Brocca falava que era ardentia, uma forma
de fotossíntese. De qualquer forma muitas pessoas ao ver, sentiam pavor. Havia ainda os “corpos estranhos” que apareciam no sangão, tudo ali próximo. Eram forma de pessoas e animais, barquinhos e outros mais.
Não há esquecimento dos tipos de transportes, lembra-se desde 1942, mas um é de notar. Carro, mais precisamente numa carroça de bois e em cima havia uma casinha que era levado muitas vezes por braços de homens, de um lado para outro, com um casal de velhinhos chamados Chico surdo e Chica surda, o que era o motivo, se era abandono da família ou preferência de morar, conforme antes
moravam num ranchinho.
- Índios na Região. Seriam os índios coroados?
Muitos dos descendentes luso brasileiros em suas memórias e descrições nos relatam que suas “avós eram bugras que foram caçadas no mato”. Quem já não ouviu alguém falar assim? Pois então, não muito distante tivemos uma senhora conhecida por dona Bina mãe do seu Nelo Dolipa e de dona Adiles na comunidade de Rio de Dentro. Ela contava histórias dos bugres – índios da região, tipos
de alimentos que costumavam alimentar, como plantas frutíferas e vegetais. E deste modo muitas famílias tem a descendência de bugres em suas origens. Que eram os nossos índios.
No livro de José Carlos Santos Fonseca, Pag. 32,33, encontro o seguinte registro.
.... “A palavra “bugre” surgiu com os Coroados,, pois quando avistaram os primeiros homens brancos ou qualquer pessoa ou coisas estranhas ao seu acampamento emitiam um alarme através de um grito agudo e forte, prolongando a última sílaba até lhes faltar a respiração, como se fosse “pu-cri-i-i-i”. na pronúncia desta palavra “pucri” os portugueses entendiam “bugri” ou “bugre”.
Nos registros encontrados no mesmo livro consta que o linguajar, usos e costumes eram bem distintos. Alguns brancos faziam, mais à frente de seus ranchos ou fazendas, um descampado sem vegetação nenhuma para se prevenirem contra os bugres. Há vários casos registrados onde os índios se camuflavam de moitas, ou de arbusto bem verde, para estarem nestes descampados, escondendo-se atrás desta arvorezinha, mas os colonizadores percebiam, no mesmo instante que eram os selvagens, tentando se aproximar do rancho, fazendo os fugir e alguns até morrerem vitimados por tão grande ingenuidade. E assim podemos afirmar a existência dos bugres em nossa região, com um grande número de relatos que já obtivemos, onde consta que. “Haviam barulhos atrás no quintal, eram os bugres roubando alimentos.” Também nas roças ou lavouras, grande número de alimentos que eram consumidos antes mesmo da colheita pelos proprietários, que pensavam ser animais selvagens.
Havia também uma senhora idosa, filha de índios – e avó materna dos filhos da Adiles e Nelo Dolipa (finados), devem ainda residir no Rio de Dentro. Conversava muito com ela Senhora Vilma e trocavam experiências sobre nome de frutas que comiam quando criança. E outras plantas comestíveis também silvestres. Eis aqui uma relação:
Frutas e alimentos típicos
Tucum, bacupari “pêssego do mato”, coco, maracujá quaresma, cortiça (parecida com a fruta do conde), havia uma qualidade graúda e outra bem amarela e miúda, com sabores diferentes.
Mamão do mato, araçá liso e peludo, amora preta de árvore rasteira de baraço, lazão – fruto de uma árvore de tronco liso, duro e de lei. “mijo de grilo” e pequeniníssimo fruto vermelho. Fruto do Ortigão de cor branquinho com ponto vermelho. Banana Imbé. Cereja. Fruto do espinho gurupia – chamado de fruto de coco de galo. – Gabiroba lisa e peluda. Ingás – banana feijão e macaco. Goiaba
– rosa, branca e a serrana, porque dá mais na serra. – fruto de galinha – frutinha roxa de um arbusto medicinal no norte e chamado de mãe preta. Ananá do mato deve não ser nativa, ter vindo de outro pais. Figo – a figueira dá frutos bem doces e macios.
Plantas nativas comestíveis.
Mamão do mato, retirado o caule, ralava-se e fazia doce igual cocada. – Palmeira a nossa antiga ripeira – comia o palmito. Azedinha – almeirão ou radite do mato. Serralha. Berdoega. Hora pro nobis.