Minhas Publicações

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quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Eneido Peres Torres – Emérito


Do Programa MAIS MÉDICOS – trabalhou durante 03 anos no Municipio de Mampituba, compreendendo 2014 – 2015 – 2016

Sou de nacionalidade cubana, participante do Programa Mais Médico do Brasil; meu nascimento aconteceu em hospital províncial ´`Mariana Granjales´´ de cidade de Santa Clara, registrado em o município de Santo Domingo , província de Villa Clara, Cuba um 15 de setembro de 1967, sou universitário iniciei meus estudos em uma escola rural chamada ``Jesus Menendez´´ até 5 to grado, por ser de origem agricultor e morar em uma zona de difícil acesso passei  a cursar o 6 to grado em uma escola internado chamada ``Homes do século XXI´´, por meus resultados acadêmicos foi selecionado em meu município, Cifuentes, para cursar meus estudos em escola ESVOC ``Ernesto Guevara da Serna´´ desde o mo grãos até 12 grãos em cidade de Santa Clara, que preconizava  vagas para estudantes das três províncias centrais (Cienfuegos; SanctiSpíritus e Villa Clara) por resultados acadêmicos, terminando o bachiller em junho do 1985, solicitando estudar medicina; igualmente por resultados acadêmicos pode iniciar meus estudo de medicina em setembro de 1985 em Instituto Superior de Ciências Medicas de Villa Clara obtendo o título de Doutor em Medicina (Clinico Geral) em Julho de 1992; em setembro do mesmo ano foi a cumprir meu serviço rural em uma zona de difícil acesso já como médico formado em uma localidade chamada ``Peralejo´´ município ``La Sierpe´´ , província de SanctiSpíritus, durante dois anos, em o cumprimento de esta tarefa me acompanho minha mulher enfermeira. Voltei ao meu município de origem Cifuentes em setembro do 1994 trabalhando em Consultório Médico da Família iniciando mês estudo para optar por o certificado de ``Especialista em Medicina General Integral´´ (MGI)  alcançado em dezembro do 1997 óssea uma residência de três anos; continuei trabalhando em  município em Consultório do Médico de Família e plantão em a policlínica principal de me município Policlínica `` Juan Bruno Zayas´´: mas nunca parei de estudar, não  vou descrever todo o currículo porque penso que não é o objetivo desse relatório, só vou mencionar os mais importante Diplomado ``Gerontologia Comunitária´´;  Diplomado ``Imagenología´´; Diplomado ``Educação Medica Superior´´; Mestre ``Longevidade Satisfactoria´´, todos em Cuba e aqui em Brasil Especialista em ``Saúde da Família”. Além da especialização em Saúde da Família, neste tempo em que permaneci no Brasil realizei também muitos outros cursos, relacionados a vários temas como: combate ao Aedes e doenças transmitidas por este, atenção domiciliar, acolhimento, saúde mental, dentre outros, num total de 1008 horas de estudos.
Profissão: Médico; Especialista em Saúde da Família (Brasil) Medicina General Integral (Cuba); Ecografista.
Mãe: Cecília Torres Hernandez. Descendente de Espanha (Ilhas Canárias).
Pãe: Orlando Pérez Pérez. Origem desconhecido penso uma mescla (Aborígenes, espanhóis e africano). Ambos com nascimento em Cuba.
Ambos os agricultores, estão no momento com 79 anos idade, formando uma família de 5 filhos todos homens, de poucos estudos mais com um princípios de honestidade e respeito muito forte, onde o que nos proporcionou uma educação a mim e todos meus irmãos, não aceitava nada que apresentava um origem desconhecido para eles; sempre nos falavam em esta casa se trabalha  e se estuda, lembrar uma vez como anedota que um irmão abandono a escola e me mãe começo abrigar com ele e me pãe automaticamente  falou a meu outro irmão, prepara para amanhã as luvas e o facão e a minha mãe prepara para ele roupa que amanhã começa a cortar cana de açúcar, meu irmão só foi esse dia para o trabalho e volto de novo para a escola até sua formatura.
Sendo de origem agricultor com família de baixo recursos econômicos logre estudar medicina, quando com 6 anos tiver que sair de minha casa a pé ou cavalo em dependência do tempo para ir à escola a estudar, já depois de formado, trabalho com meus país (14 anos), Venezuela (5 anos), Bolívia (2 anos) e agora aqui em Brasil (3 anos) .
Para mim o mais impactante em minha vida profissional é atender crianças passando fome chegando ao hospital de Caranavi em Bolívia com doenças por desnutrição Marasmo e  Kwashiorkor; crianças sangrando por todos os orifícios a causa de Dengue Hemorrágico ou acidente massivos trabalhando em um hospital com baixos recursos e uma zona de muito difícil acesso como o é a cidade de Caranavi com aceso a ela só por a  bem chamada Estrada da Morte, onde morria muitas pessoas que em outras condiciones poderia salvasse.
Só casado com MarilinTrimiño Borroto, nossa união aconteceu ela estudando enfermagem e eu medicina em Instituto Superior de Ciências Medicas, ai nos conhecemos em outubro de 1990 casando nos dois anos depois (agosto 1992), de nossa união tivemos dois filhos: Anisleidi Perez Trimiño de 18 anos e Luis Orlando Perez Trimiño de 14 anos, ambos estudam, minha filha Biologia e filho em 9no grau ainda, para mim não tem qualificativo para expressar o que sinto por eles, penso que minha separação deles por longos períodos de tempos, têm os afetado porque me cobram com frequência e é um de os motivos de terminar já minha missão em Brasil e voltar a minha casa com toda a família.
Não tenho uma participação política, né movimentos; como médico sou defensor de os juramentos hipocráticos donde tem um alto contendido de caráter ético, que orienta a médico em pratica de sua oficio, onde independentemente de ideologia; política; religião; raça, orientação sexual, etc.; nossa função é salvar vida e atender a todos por igual.
 24 anos de idade, médico, como Profissional não outra coisa, mas ajudando o meu país e irmãos em laboras de agricultura.
Não desenvolvi carreira política.
Médico Especialista em Medicina General Integral (MGI) Cuba; Especialista em Saúde da Família, Brasil.
 Já por ser um Profissional de saúde desde que me comece estudos de medicina apresento de uma forma ou outra participação na área social.
A quantidade de AVC e IMA que aconteceu em o município a começar trabalhar um o dois por semanas complicações de outras doenças que podem ser controlada e evitar estas complicações.
Minha visão sobre o desenvolvimento local só o posso em marcar, pois estou três anos trabalhando no município, o posso considerar de bom para uma população de aproximadamente 3 000 habitantes, apresenta as coisas mais elementares para vida humana, percebe que ainda do Brasil ser uma da economia mais forte do mundo, não acontece assim em o nível educacional ainda muitas pessoas analfabetas isso não permitiu desenvolver ainda mais a prevenção de muitas doenças.
Prevenção e promoção de saúde; isso não é novo porque aparece em todos os livros de medicinas o que não é levado em prática, porque em verdade a medicina curativa da mais lucro que a preventiva, que sendo Brasil uma potência em o mundo a população de forma geral não tem uma formação integral desde o ponto de vista educacional.
Penso que a população a pesar de exister os métodos tecnológicos mais modernos do mundo, ai que trabalhar mais diretamente para forneceres conhecimentos científicos, tudo o que aparece em internet e outros médios de difusão massiva não é verdade; mas começar desde as escolas onde sei pode modificar com maior facilidade a forma de pensar sobre diferentes temas.
É uma contrapartida; para que trabalhem melhor.
Muito fraco, praticamente não fazer nada para preservar o planeta Terra, sei gasta muito dinheiro em guerras, descobrir outros planetas e nosso o estamos destruindo pouco a pouco. Não perceber perspectiva em o mundo para que mude esta questione não me considero um psoas pessimista mais é me percepção em este momento.
Penso que tudo futuro deve ser melhor; sim todos os mampitubense se unem com o objetivo desenvolver ainda mais o município, vai acontecer.
Sempre em verdade de mais prioridade a minha profissão, posso falar que tenho uma família de ouro que acreditam em mim, pero já perto há 50 anos me dever é estar o seu lado para podê-los ajudar, mas de forma sentimental, pois levo 10 anos prestando mês serviços de médicos em outros países, mais vou continuar trabalhando em me país e de ser necessário só ajudar com ou pouco que sei em caso de catástrofes naturais em qualquer parte do mundo.  Estar com minha família e que aconteça um mundo muito melhor para todos.

terça-feira, 10 de setembro de 2019

CIDADÃO EMÉRITO DE MAMPITUBA


                 Como sinal de gratidão, o povo desta região, através de seus legítimos representantes, elegeu o Padre Mariano Callegari como cidadão benemérito do novo e maravilhoso município de Mampituba. Especialmente ao querido Prefeito Élio de Farias Matos quero deixar registrado os anos que contribui com a história desta pequena e bonita cidade de Mampituba.
'Como foi gostoso o momento em que recebi títulos de honra, concedidos pelos legítimos representantes do povo a quem servi como sacerdote, nos tempos da ditadura.'
Pe Mariano nasceu em Monte Bérico, município de Bento Gonçalves, hoje Farroupilha, no dia 27 de abril de 1932. Filho de Isaco Callegari e de Júlia Mugnol Callegari, é o primogênito de 09 (nove) irmãos. Estudou em Monte Bérico, sendo sua primeira professora Dona Aurora Mugnol Verona. Sacerdócio de fé e lutas sociais, desde pequeno Mariano Callegari já simpatizava com os padres, talvez até por influência de um tio, também sacerdote. Aos onze anos entrou para o seminário Nossa senhora Aparecida, de Caxias do Sul, atendendo apelo vocacional. depois, estudou no seminário Jesuíta, de são Leopoldo, no município de Viamão, onde cursou filosofia. Frequentou o Instituto Brasileiro de desenvolvimento, no Rio de Janeiro.
Mariano foi ordenado padre em 1959, na catedral de Caxias do Sul. Na sequência, foi nomeado auxiliar do padre Reinaldo Benine, na época designado na paróquia de Cambará do Sul, como pároco, andou por Caxias do Sul, Nova Prata, nas paróquias de Três Forquilhas, durante 18 anos, as quais pertenciam ao antigo município de Torres. Em Cambará do Sul, durante 09 (nove) anos e Paróquia de Bom Jesus da Roça da Estância, onde permaneceu por 12 anos, inclusive auxiliando na construção de escolas naqueles “fundeirões”. “Esta foi a fase mais importante da minha vida.” Lembra. De lá também colaborou para a fundação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Torres e organização da Juventude Agrária Católica (JAC). O Padre mariano Callegari foi missionário, trabalhando em grandes paróquias, como jardim Zaíra, na Capital de São Paulo, durante 04 anos, e em Mirassol  D’Oeste, no Mato Grosso do Norte, durante mais 04 (quatro) anos, fui vigário no Rinção dos Ktöeff em São Francisco de Paula. Atualmente, encontra-se trabalhando em Carlos Barbosa, junto com uma maravilhosa equipe de padres – os sacerdotes Valdemar Pagnoncelli e Décio Podenski.




quinta-feira, 5 de setembro de 2019

DIÁRIOS DE UM PADRE



Emérito: Mariano Callegari
Eu, e o meu burrinho, andamos durante 18 anos, pelo grande município de Torres: onze anos pelo fundeirão da Pedra Branca, visitando as centenas de famílias que habitavam as comunidades de São Roque, Aparecida, Mãe dos Homens, Santa Luzia e Nossa Senhora da Dores. Rio da Panela, visitando a comunidade de Santo Antônio. Pelo Rio do Meio visitando a comunidade de Santa Catarina, pelo Rio da Invernada visitando as comunidades de Morro Grande, de São Sebastião e dos Borges.
Os morros do Taquaruçú, da Chapada do Morro Bicudo, onde funcionavam as capelas de Santa Terezinha, Nossa Senhora do Caravágio e da Dona Izolina. Alto Rio de Dentro, Rio de Dentro e Vila Matias, nas comunidades de São Luiz, Santana e São Manoel. E Vila Brocca, onde as enchentes apenas deixaram o salão paroquial, levando tudo o mais.
E sete anos, pelos fundeirões do Rio do Pinto, dos Pratas, Bom retiro e União; Morro do Chapéu, fundo do Morro do Chapéu, Chapada dos Mesquitas, Barreiro e outras Chapadas. Assim Padre Mariano e o seu burrico, visitavam família por família e eram bem acolhidos pelo povo de Deus.


terça-feira, 3 de setembro de 2019

A HISTÓRIA DE JOSÉ NUNES UM TRADICIONALISTA GAÚCHO



(Arquivo José Vilson Nascimento júnior)
SILVEIRÃO
Em entrevista aos senhores José Nunes da Silveira a Senhora sua esposa: Dona Eraclides Ribeiro da Silveira com as filhas Zeli e Zenilda e participação de Ulderico da Silva, irmão de Eraclides, haveremos de conhecer a história da serra do Silveirão no mais longínquo e distante lugar do Estado do Rio Grande do Sul, descortinando-se com as mais belas paisagens. Nesta grandeza da natureza que Deus nos deu por legado, viveram pessoas corajosas, destemidas e desbravadoras nas décadas de 1920 – 1960. Como vamos ver no delinear de suas histórias:
 O Senhor Ulderico criado e nascido nessas instâncias fala do tempo em que morou neste lugar. “Lá nasci e meu umbigo está enterrado na porteira da mangueira de pedra. O meu velho pai dizia que os outros antigos, silveirão começou foi trocado por sal e por isso o nome de silveirão, mas eu nasci e me criei lá, saí de lá com mais ou menos 15 anos e meu pai era assim: um homem de muita coragem, não gostava muito de aguentar desaforos. Sempre usava revólver na cintura, uma faca do outro lado. Sempre foi de muito respeito, de muito crédito. Ali, onde hoje é Mampituba antes era Rua Nova lá pertencia e pertence a Mampituba.
Naquela época nós não tinha estrada, era carreiro. Então, nós tínhamos cargueiro. Com 8 – 10 anos eu andava com cargueiro puxado, com minha mula encilhada descendo aquelas serras. Nos dias de hoje é estrada por todos os lados, a gente sai daqui (Praia Grande) meia hora, nem isso está lá no silveirão. Distante 20 e poucos quilômetros.
Meu pai era homem de palavra certa, o que ele falava todo mundo acreditava. Um dia aconteceu um causo com meu pai: ele era um rapaz solteiro, aí ele conheceu a falecida Maria Rita, que foi a primeira mulher dele e era a dona do Silveirão. Eles casaram tiveram a primeira filha que é a Eraclides, minha irmã.
Depois ele viuvou, a minha irmã ficou com 10 ou 11 anos. Casou de novo, teve 7 filhos: 4 vivos e 3 mortos, e tem dois enterrados e sepultados no cemitério de pedra que tem lá, fechado de taipa. Mas o meu pai era um homem assim: então, no tempo da Eraclides, minha irmã mais velha filha de Maria Rita. Ele andava buscando uma tropa de mulas - é uma história que aconteceu com ele.
Quando ele foi reunir a tropa para colocar na mangueira, mas tinha uma égua ventana que quer dizer, não entra na mangueira e não deixa pegar. Tinha umas mulas junto com essa égua, ele tinha um cachorro de estimação, trabalhava o dia inteiro não arreava da criação.  Isso era na parte da tarde e ali mais ou menos um quilômetro e meio da sede da fazenda onde meu pai tinha as mulas e essa égua pararam contra uma parada de serra. Daí ele se lembrou assim (tinha uma espingarda de dois canos) “vou matar essa égua para ela não aparecer mais no campo e botar minhas mulas no mato. ”  Aí em cima de uma lombinha um quilometro mais ou menos da serra e o cachorro latindo no meio do mato distante uns 500 metros.  Foi quando meu pai ouviu uma mudança vim vindo, era burro azurrar, entre outras coisas e ele pensou ser uma mudança, mas aquilo era uma aparência, era coisa que não era verdade.
Atravessou o mato, chegou lá aonde estava a égua, a mula e o cachorro acoando (latindo), ele mirou a pistola, quando ele apertou fogo para matar a égua, o cachorro pulou e ele atirou bem no cachorro, que caiu, ele foi lá e o cachorro já estava morrendo. Meu pai deixou o cachorro ali e foi embora, só chegou em casa e perguntou para minha mãe se não tinha passado uma mudança, uma coisa ali? O que ela respondeu que não havia passado ninguém. Então ele diz: é uma história do Silveirão, que aconteceu com meu pai que era tropeiro. ”

JOSÉ NUNES relata: “ As primeiras serrarias no local: Somente na década de 70, a serraria que eu montei. Era minha e do seu Neri... com a saída do falecido Lindolfo do silveirão, eu comprei o gado dele, todo. E o falecido Hercílio comprou o terreno dele. Eu tinha um parte de terras lá, tinha comprado do Senhor Osório Klein, e Onório. Morava perto deles.
Fui embora para as Contendas, morei por alguns anos lá, depois voltei pro silveirão, onde fiquei mais 12 anos ali. Depois vim para Roça da Estância para colocar as gurias na escola, daí, eu tinha os meus carneiros ali,  naquela época eu não era mais tropeiro, já tinha parado de tropiá.”
Seu Zezé Nunes conta que foi tropeiro no Itaimbezinho por muitos anos, tropiava para Mulada, Criúva, Sâo Marcos, Caxias, Jaquirana, fazia toda essa zona.  Crioulo do Itaimbezinho, nascido e criado ali. O seu umbigo está enterrado, na quebrada funda, bem pertinho da estrada que atravessa e vai para Cambará. Nasceu ali e depois se mudou lá para baixo onde tem o hotel.
Júnior complementa a fala dizendo perguntando:  E no tempo Senhor Zezé o senhor trocava mantimentos? E o que o senhor levava para lá?  No que ele responde: ‘trocava. Eu levava açúcar,  banana, cachaça. Trazia farinha, vinho, cadeiras e até sal e querosene.
Teve uma falta muito grande numa época, não existia querosene, não existia mais nem SAL, o que era racionado: um quilinho pra um, um quilinho pra outro, um litro de querosene pra um, um litro de querosene pra outro, que ninguém tinha. E tudo era na base do querosene, não tinha energia, não tinha lâmpada, não tinha nada. Então daí, quem tinha um litro de querosene estava rico, ficava a semana inteira, só acendia a luz pra se deitar e já apagava ligeiro, para poupar querosene.” (Juninho complementa que era a energia que existia naquele tempo).
“Então eu me criei aí nesse Itaimbezinho, passando trabalho, criando porcos, arrendatário de mulas, cargueiro, erguendo bruacas, erguendo cercas e fiquei velho.
A HISTÓRIA DE UMA TROPEIRA
Dona Eraclides conta que ia do Slveirão a Caxias do Sul de a cavalo: viajava fazendo a troca de mercadorias, ela era a “madrinheira. ” Os animais tinham sincelo e a gente ia na frente, a madrinheira era quem puxava a tropa e os cargueiros iam tudo atrás. Dormia na estrada, dentro de barraca s que armavam a beira do caminho.
“me criei puxando água nas costas, não tinha água encanada, colocava uma lata no ombro, e um balde na outra mão, puxando água toda a vida, lá de baixo do morro pra cima, de um olho de água que tinha ali (vertente), para as necessidades de casa. Me criei assim, também socando arroz no pilão. Todos os dias , para fazer o almoço, e lavar roupa num rio, ajoelhada numa tábua, tinha que lavar as roupas lá também.
Quando meu pai plantava milho ali em baixo na serra, neste tempo já era moça. Eu vinha ajudar ele levar a carga de milho. Ele tinha um cesto e eu outro. As pessoas até pensam que é mentira, mas não é. Naquele tempo eu tinha força mesmo.
Casei com José nunes com vinte anos. (Seu Zezé Nunes complementa que as vezes quando ia passear lá, em tempos de namoro, ela cozinhava aquelas galinhas gorda, com arroz). Teve com ele 9 filhos. Ganhou todos eles em casa, nunca foi para o hospital. Também nunca levou seus filhos no hospital. Complementa: “Graças a Deus, nunca foi preciso levar no hospital. O primeiro filho que teve nasceu morto e está enterrado no cemitério de pedra. Nasceu duas lá nas contendas, que era a Zeli, e a Zenaide (in Memoriam), daí a Zenilda, o Alberi, o Laury  o Filho e a Picucha todos no silveirão. E a Nega nasceu já na Roça da Estância”. Seu Zezé conta que: quem batizou ela a nega foi o avô do Juninho, o senhor Lindolfo que era o pai da mãe a senhora Adiles.

Seu Zezé Nunes agradece a oportunidade de se apresentar para dar depoimentos das coisas do TRADICIONALISMO da antiguidade. Quero deixar gravado na minha vida, alguma coisa para ver se mais tarde os filhos netos, bisnetos, tataranetos, vão observar o que que eu era na vida.