Minhas Publicações

Minhas  Publicações

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Família Nascimento - Museu da Estância


José Vilson Júnior do Nascimento, relato (livro Mampituba Um Vale Encantado)
Iniciou na década de 1980, que foi o nosso MUSEU DA ESTÂNCIA. Várias histórias se mantêm conservadas dentro do nosso museu e uma delas, mais destacadas, é da própria família Nascimento. De como se iniciou. A família era residente na época, por volta da década de 60, família do meu avô Jovelino Rodrigues do Nascimento, morador, residente em Cambará do Sul – RS, casado com minha avó Geni Cícer do Nascimento, tinha uma família e desenvolvia atividades lá em cima da serra, na época com serrarias.
E uma das curiosidades do início, tanto do Museu da Estância, como da música na vida de meu pai e nossa, surgiram juntamente nesse período, o qual ainda vai ser citado na sequência que eram as serenatas na época. A minha avó comentava muito sobre isso, que adorava as serenatas que eram bem comuns na serra. Então, o que acontecia nas serenatas eram desenvolvidas de forma surpresa. O pessoal chegava, anunciava a serenata, se o dono da casa aceitasse estava feito o baile. Já pulava para o galinheiro, já ia achar uma carne de porco e estava feito a festa.
O pai, naquela época com seis anos, muito arteiro, então ele tinha e sentia e transpassava algo sobre isso e em algumas conversas passadas pelo meu pai me passa e meu tio mais velho também. Meu avô tratava meu pai de meu negrinho, tocando algum instrumento, tocava especificamente a gaita. Minha avó morreu na serra, consequentemente, meu pai não teve a honra de poder assistir isso. O pai mesmo sem saber, desceu da serra diante desse fato, justamente para poder mudar os ares. Desceu para cá para produzir fumo, pois na época era bem forte essa cultura na região.
A família tratou de se encarregar de comprar uma gaita, que na época não era fácil. Porém, o meu tio mais velho e o meu avô compraram essa gaita. O pai sem saber o porquê disso, sabia que tinha que aprender. Começou então a desenvolver essa necessidade de tocar a gaita porque o pessoal passou para ele essa obrigação. O que acontecia, muitas vezes naqueles serões de estufa, turno inverso que tinha que cuidar do fogo. O pai ficava lá tentando na gaita, isso com grande pressão do avô e do tio, que até então na sequência explicaram a necessidade de tocar esse instrumento musical.
O pai foi uma dessas pessoas que desenvolveu este talento e passou para a família também e de forma individual, aprendeu com a força de vontade e com um único objetivo. Muito mais que um hobby, é uma missão que vem passando para a família; meus irmãos também tocam e eu também. Era um desejo do vô e da família, que hoje graças a Deus sempre deixamos destacado isso, que nós fizemos a vontade dele e hoje tem vários resultados disso.
             Por volta da década de 60, em 1969 mais precisamente, onde hoje está localizado o MUSEU da ESTÂNCIA, onde iniciou toda essa história. Então, hoje o que procuramos fazer é, como sempre digo, através do museu, passar um pouco desse conhecimento da história dessa região aos visitantes.
Tive a oportunidade de estudar justamente com esse foco, sentindo a necessidade. Eu creio que não só a questão da música passou de família em família, mas sim essa vontade, essa percepção de que é uma necessidade para todos, como foi a gaita para meu pai, ele passou pra gente. Foi também a questão do estudo, na área do turismo que hoje desenvolvemos uma atividade que podemos estar enriquecendo a cultura, que vem diretamente ligado a esse trabalho que a senhora Cloreci vem desenvolvendo. Então, é uma honra para toda a família essa participação.
Gostaria de ilustrar sem muitas imagens, optei por uma única imagem que é do museu da Estância, mas que é a essência do nosso trabalho, da nossa vida e do nosso projeto familiar. Está enfatizada nesta imagem, a simplicidade do nosso povo, que hoje através do turismo nós conseguimos explorar e desenvolver um setor econômico que muita gente cresce no nosso meio. Destacando a simplicidade gostaria de agradecer ao meu pai Vilson José do Nascimento, que duas coisas ele está deixando para mim. 1 - É justamente essa força, essa valorização da gente. 2 - Eu sempre brinco e a maior herança que um filho pode ter: o nome do pai. Então agradeço ao pai. E aproveitando essa história, dizer que nesse sentido: “Se a gente não sabe de onde veio a gente não sabe aonde chegar. ”




Nenhum comentário:

Postar um comentário