Minhas Publicações

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quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Eneido Peres Torres – Emérito


Do Programa MAIS MÉDICOS – trabalhou durante 03 anos no Municipio de Mampituba, compreendendo 2014 – 2015 – 2016

Sou de nacionalidade cubana, participante do Programa Mais Médico do Brasil; meu nascimento aconteceu em hospital províncial ´`Mariana Granjales´´ de cidade de Santa Clara, registrado em o município de Santo Domingo , província de Villa Clara, Cuba um 15 de setembro de 1967, sou universitário iniciei meus estudos em uma escola rural chamada ``Jesus Menendez´´ até 5 to grado, por ser de origem agricultor e morar em uma zona de difícil acesso passei  a cursar o 6 to grado em uma escola internado chamada ``Homes do século XXI´´, por meus resultados acadêmicos foi selecionado em meu município, Cifuentes, para cursar meus estudos em escola ESVOC ``Ernesto Guevara da Serna´´ desde o mo grãos até 12 grãos em cidade de Santa Clara, que preconizava  vagas para estudantes das três províncias centrais (Cienfuegos; SanctiSpíritus e Villa Clara) por resultados acadêmicos, terminando o bachiller em junho do 1985, solicitando estudar medicina; igualmente por resultados acadêmicos pode iniciar meus estudo de medicina em setembro de 1985 em Instituto Superior de Ciências Medicas de Villa Clara obtendo o título de Doutor em Medicina (Clinico Geral) em Julho de 1992; em setembro do mesmo ano foi a cumprir meu serviço rural em uma zona de difícil acesso já como médico formado em uma localidade chamada ``Peralejo´´ município ``La Sierpe´´ , província de SanctiSpíritus, durante dois anos, em o cumprimento de esta tarefa me acompanho minha mulher enfermeira. Voltei ao meu município de origem Cifuentes em setembro do 1994 trabalhando em Consultório Médico da Família iniciando mês estudo para optar por o certificado de ``Especialista em Medicina General Integral´´ (MGI)  alcançado em dezembro do 1997 óssea uma residência de três anos; continuei trabalhando em  município em Consultório do Médico de Família e plantão em a policlínica principal de me município Policlínica `` Juan Bruno Zayas´´: mas nunca parei de estudar, não  vou descrever todo o currículo porque penso que não é o objetivo desse relatório, só vou mencionar os mais importante Diplomado ``Gerontologia Comunitária´´;  Diplomado ``Imagenología´´; Diplomado ``Educação Medica Superior´´; Mestre ``Longevidade Satisfactoria´´, todos em Cuba e aqui em Brasil Especialista em ``Saúde da Família”. Além da especialização em Saúde da Família, neste tempo em que permaneci no Brasil realizei também muitos outros cursos, relacionados a vários temas como: combate ao Aedes e doenças transmitidas por este, atenção domiciliar, acolhimento, saúde mental, dentre outros, num total de 1008 horas de estudos.
Profissão: Médico; Especialista em Saúde da Família (Brasil) Medicina General Integral (Cuba); Ecografista.
Mãe: Cecília Torres Hernandez. Descendente de Espanha (Ilhas Canárias).
Pãe: Orlando Pérez Pérez. Origem desconhecido penso uma mescla (Aborígenes, espanhóis e africano). Ambos com nascimento em Cuba.
Ambos os agricultores, estão no momento com 79 anos idade, formando uma família de 5 filhos todos homens, de poucos estudos mais com um princípios de honestidade e respeito muito forte, onde o que nos proporcionou uma educação a mim e todos meus irmãos, não aceitava nada que apresentava um origem desconhecido para eles; sempre nos falavam em esta casa se trabalha  e se estuda, lembrar uma vez como anedota que um irmão abandono a escola e me mãe começo abrigar com ele e me pãe automaticamente  falou a meu outro irmão, prepara para amanhã as luvas e o facão e a minha mãe prepara para ele roupa que amanhã começa a cortar cana de açúcar, meu irmão só foi esse dia para o trabalho e volto de novo para a escola até sua formatura.
Sendo de origem agricultor com família de baixo recursos econômicos logre estudar medicina, quando com 6 anos tiver que sair de minha casa a pé ou cavalo em dependência do tempo para ir à escola a estudar, já depois de formado, trabalho com meus país (14 anos), Venezuela (5 anos), Bolívia (2 anos) e agora aqui em Brasil (3 anos) .
Para mim o mais impactante em minha vida profissional é atender crianças passando fome chegando ao hospital de Caranavi em Bolívia com doenças por desnutrição Marasmo e  Kwashiorkor; crianças sangrando por todos os orifícios a causa de Dengue Hemorrágico ou acidente massivos trabalhando em um hospital com baixos recursos e uma zona de muito difícil acesso como o é a cidade de Caranavi com aceso a ela só por a  bem chamada Estrada da Morte, onde morria muitas pessoas que em outras condiciones poderia salvasse.
Só casado com MarilinTrimiño Borroto, nossa união aconteceu ela estudando enfermagem e eu medicina em Instituto Superior de Ciências Medicas, ai nos conhecemos em outubro de 1990 casando nos dois anos depois (agosto 1992), de nossa união tivemos dois filhos: Anisleidi Perez Trimiño de 18 anos e Luis Orlando Perez Trimiño de 14 anos, ambos estudam, minha filha Biologia e filho em 9no grau ainda, para mim não tem qualificativo para expressar o que sinto por eles, penso que minha separação deles por longos períodos de tempos, têm os afetado porque me cobram com frequência e é um de os motivos de terminar já minha missão em Brasil e voltar a minha casa com toda a família.
Não tenho uma participação política, né movimentos; como médico sou defensor de os juramentos hipocráticos donde tem um alto contendido de caráter ético, que orienta a médico em pratica de sua oficio, onde independentemente de ideologia; política; religião; raça, orientação sexual, etc.; nossa função é salvar vida e atender a todos por igual.
 24 anos de idade, médico, como Profissional não outra coisa, mas ajudando o meu país e irmãos em laboras de agricultura.
Não desenvolvi carreira política.
Médico Especialista em Medicina General Integral (MGI) Cuba; Especialista em Saúde da Família, Brasil.
 Já por ser um Profissional de saúde desde que me comece estudos de medicina apresento de uma forma ou outra participação na área social.
A quantidade de AVC e IMA que aconteceu em o município a começar trabalhar um o dois por semanas complicações de outras doenças que podem ser controlada e evitar estas complicações.
Minha visão sobre o desenvolvimento local só o posso em marcar, pois estou três anos trabalhando no município, o posso considerar de bom para uma população de aproximadamente 3 000 habitantes, apresenta as coisas mais elementares para vida humana, percebe que ainda do Brasil ser uma da economia mais forte do mundo, não acontece assim em o nível educacional ainda muitas pessoas analfabetas isso não permitiu desenvolver ainda mais a prevenção de muitas doenças.
Prevenção e promoção de saúde; isso não é novo porque aparece em todos os livros de medicinas o que não é levado em prática, porque em verdade a medicina curativa da mais lucro que a preventiva, que sendo Brasil uma potência em o mundo a população de forma geral não tem uma formação integral desde o ponto de vista educacional.
Penso que a população a pesar de exister os métodos tecnológicos mais modernos do mundo, ai que trabalhar mais diretamente para forneceres conhecimentos científicos, tudo o que aparece em internet e outros médios de difusão massiva não é verdade; mas começar desde as escolas onde sei pode modificar com maior facilidade a forma de pensar sobre diferentes temas.
É uma contrapartida; para que trabalhem melhor.
Muito fraco, praticamente não fazer nada para preservar o planeta Terra, sei gasta muito dinheiro em guerras, descobrir outros planetas e nosso o estamos destruindo pouco a pouco. Não perceber perspectiva em o mundo para que mude esta questione não me considero um psoas pessimista mais é me percepção em este momento.
Penso que tudo futuro deve ser melhor; sim todos os mampitubense se unem com o objetivo desenvolver ainda mais o município, vai acontecer.
Sempre em verdade de mais prioridade a minha profissão, posso falar que tenho uma família de ouro que acreditam em mim, pero já perto há 50 anos me dever é estar o seu lado para podê-los ajudar, mas de forma sentimental, pois levo 10 anos prestando mês serviços de médicos em outros países, mais vou continuar trabalhando em me país e de ser necessário só ajudar com ou pouco que sei em caso de catástrofes naturais em qualquer parte do mundo.  Estar com minha família e que aconteça um mundo muito melhor para todos.

terça-feira, 10 de setembro de 2019

CIDADÃO EMÉRITO DE MAMPITUBA


                 Como sinal de gratidão, o povo desta região, através de seus legítimos representantes, elegeu o Padre Mariano Callegari como cidadão benemérito do novo e maravilhoso município de Mampituba. Especialmente ao querido Prefeito Élio de Farias Matos quero deixar registrado os anos que contribui com a história desta pequena e bonita cidade de Mampituba.
'Como foi gostoso o momento em que recebi títulos de honra, concedidos pelos legítimos representantes do povo a quem servi como sacerdote, nos tempos da ditadura.'
Pe Mariano nasceu em Monte Bérico, município de Bento Gonçalves, hoje Farroupilha, no dia 27 de abril de 1932. Filho de Isaco Callegari e de Júlia Mugnol Callegari, é o primogênito de 09 (nove) irmãos. Estudou em Monte Bérico, sendo sua primeira professora Dona Aurora Mugnol Verona. Sacerdócio de fé e lutas sociais, desde pequeno Mariano Callegari já simpatizava com os padres, talvez até por influência de um tio, também sacerdote. Aos onze anos entrou para o seminário Nossa senhora Aparecida, de Caxias do Sul, atendendo apelo vocacional. depois, estudou no seminário Jesuíta, de são Leopoldo, no município de Viamão, onde cursou filosofia. Frequentou o Instituto Brasileiro de desenvolvimento, no Rio de Janeiro.
Mariano foi ordenado padre em 1959, na catedral de Caxias do Sul. Na sequência, foi nomeado auxiliar do padre Reinaldo Benine, na época designado na paróquia de Cambará do Sul, como pároco, andou por Caxias do Sul, Nova Prata, nas paróquias de Três Forquilhas, durante 18 anos, as quais pertenciam ao antigo município de Torres. Em Cambará do Sul, durante 09 (nove) anos e Paróquia de Bom Jesus da Roça da Estância, onde permaneceu por 12 anos, inclusive auxiliando na construção de escolas naqueles “fundeirões”. “Esta foi a fase mais importante da minha vida.” Lembra. De lá também colaborou para a fundação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Torres e organização da Juventude Agrária Católica (JAC). O Padre mariano Callegari foi missionário, trabalhando em grandes paróquias, como jardim Zaíra, na Capital de São Paulo, durante 04 anos, e em Mirassol  D’Oeste, no Mato Grosso do Norte, durante mais 04 (quatro) anos, fui vigário no Rinção dos Ktöeff em São Francisco de Paula. Atualmente, encontra-se trabalhando em Carlos Barbosa, junto com uma maravilhosa equipe de padres – os sacerdotes Valdemar Pagnoncelli e Décio Podenski.




quinta-feira, 5 de setembro de 2019

DIÁRIOS DE UM PADRE



Emérito: Mariano Callegari
Eu, e o meu burrinho, andamos durante 18 anos, pelo grande município de Torres: onze anos pelo fundeirão da Pedra Branca, visitando as centenas de famílias que habitavam as comunidades de São Roque, Aparecida, Mãe dos Homens, Santa Luzia e Nossa Senhora da Dores. Rio da Panela, visitando a comunidade de Santo Antônio. Pelo Rio do Meio visitando a comunidade de Santa Catarina, pelo Rio da Invernada visitando as comunidades de Morro Grande, de São Sebastião e dos Borges.
Os morros do Taquaruçú, da Chapada do Morro Bicudo, onde funcionavam as capelas de Santa Terezinha, Nossa Senhora do Caravágio e da Dona Izolina. Alto Rio de Dentro, Rio de Dentro e Vila Matias, nas comunidades de São Luiz, Santana e São Manoel. E Vila Brocca, onde as enchentes apenas deixaram o salão paroquial, levando tudo o mais.
E sete anos, pelos fundeirões do Rio do Pinto, dos Pratas, Bom retiro e União; Morro do Chapéu, fundo do Morro do Chapéu, Chapada dos Mesquitas, Barreiro e outras Chapadas. Assim Padre Mariano e o seu burrico, visitavam família por família e eram bem acolhidos pelo povo de Deus.


terça-feira, 3 de setembro de 2019

A HISTÓRIA DE JOSÉ NUNES UM TRADICIONALISTA GAÚCHO



(Arquivo José Vilson Nascimento júnior)
SILVEIRÃO
Em entrevista aos senhores José Nunes da Silveira a Senhora sua esposa: Dona Eraclides Ribeiro da Silveira com as filhas Zeli e Zenilda e participação de Ulderico da Silva, irmão de Eraclides, haveremos de conhecer a história da serra do Silveirão no mais longínquo e distante lugar do Estado do Rio Grande do Sul, descortinando-se com as mais belas paisagens. Nesta grandeza da natureza que Deus nos deu por legado, viveram pessoas corajosas, destemidas e desbravadoras nas décadas de 1920 – 1960. Como vamos ver no delinear de suas histórias:
 O Senhor Ulderico criado e nascido nessas instâncias fala do tempo em que morou neste lugar. “Lá nasci e meu umbigo está enterrado na porteira da mangueira de pedra. O meu velho pai dizia que os outros antigos, silveirão começou foi trocado por sal e por isso o nome de silveirão, mas eu nasci e me criei lá, saí de lá com mais ou menos 15 anos e meu pai era assim: um homem de muita coragem, não gostava muito de aguentar desaforos. Sempre usava revólver na cintura, uma faca do outro lado. Sempre foi de muito respeito, de muito crédito. Ali, onde hoje é Mampituba antes era Rua Nova lá pertencia e pertence a Mampituba.
Naquela época nós não tinha estrada, era carreiro. Então, nós tínhamos cargueiro. Com 8 – 10 anos eu andava com cargueiro puxado, com minha mula encilhada descendo aquelas serras. Nos dias de hoje é estrada por todos os lados, a gente sai daqui (Praia Grande) meia hora, nem isso está lá no silveirão. Distante 20 e poucos quilômetros.
Meu pai era homem de palavra certa, o que ele falava todo mundo acreditava. Um dia aconteceu um causo com meu pai: ele era um rapaz solteiro, aí ele conheceu a falecida Maria Rita, que foi a primeira mulher dele e era a dona do Silveirão. Eles casaram tiveram a primeira filha que é a Eraclides, minha irmã.
Depois ele viuvou, a minha irmã ficou com 10 ou 11 anos. Casou de novo, teve 7 filhos: 4 vivos e 3 mortos, e tem dois enterrados e sepultados no cemitério de pedra que tem lá, fechado de taipa. Mas o meu pai era um homem assim: então, no tempo da Eraclides, minha irmã mais velha filha de Maria Rita. Ele andava buscando uma tropa de mulas - é uma história que aconteceu com ele.
Quando ele foi reunir a tropa para colocar na mangueira, mas tinha uma égua ventana que quer dizer, não entra na mangueira e não deixa pegar. Tinha umas mulas junto com essa égua, ele tinha um cachorro de estimação, trabalhava o dia inteiro não arreava da criação.  Isso era na parte da tarde e ali mais ou menos um quilômetro e meio da sede da fazenda onde meu pai tinha as mulas e essa égua pararam contra uma parada de serra. Daí ele se lembrou assim (tinha uma espingarda de dois canos) “vou matar essa égua para ela não aparecer mais no campo e botar minhas mulas no mato. ”  Aí em cima de uma lombinha um quilometro mais ou menos da serra e o cachorro latindo no meio do mato distante uns 500 metros.  Foi quando meu pai ouviu uma mudança vim vindo, era burro azurrar, entre outras coisas e ele pensou ser uma mudança, mas aquilo era uma aparência, era coisa que não era verdade.
Atravessou o mato, chegou lá aonde estava a égua, a mula e o cachorro acoando (latindo), ele mirou a pistola, quando ele apertou fogo para matar a égua, o cachorro pulou e ele atirou bem no cachorro, que caiu, ele foi lá e o cachorro já estava morrendo. Meu pai deixou o cachorro ali e foi embora, só chegou em casa e perguntou para minha mãe se não tinha passado uma mudança, uma coisa ali? O que ela respondeu que não havia passado ninguém. Então ele diz: é uma história do Silveirão, que aconteceu com meu pai que era tropeiro. ”

JOSÉ NUNES relata: “ As primeiras serrarias no local: Somente na década de 70, a serraria que eu montei. Era minha e do seu Neri... com a saída do falecido Lindolfo do silveirão, eu comprei o gado dele, todo. E o falecido Hercílio comprou o terreno dele. Eu tinha um parte de terras lá, tinha comprado do Senhor Osório Klein, e Onório. Morava perto deles.
Fui embora para as Contendas, morei por alguns anos lá, depois voltei pro silveirão, onde fiquei mais 12 anos ali. Depois vim para Roça da Estância para colocar as gurias na escola, daí, eu tinha os meus carneiros ali,  naquela época eu não era mais tropeiro, já tinha parado de tropiá.”
Seu Zezé Nunes conta que foi tropeiro no Itaimbezinho por muitos anos, tropiava para Mulada, Criúva, Sâo Marcos, Caxias, Jaquirana, fazia toda essa zona.  Crioulo do Itaimbezinho, nascido e criado ali. O seu umbigo está enterrado, na quebrada funda, bem pertinho da estrada que atravessa e vai para Cambará. Nasceu ali e depois se mudou lá para baixo onde tem o hotel.
Júnior complementa a fala dizendo perguntando:  E no tempo Senhor Zezé o senhor trocava mantimentos? E o que o senhor levava para lá?  No que ele responde: ‘trocava. Eu levava açúcar,  banana, cachaça. Trazia farinha, vinho, cadeiras e até sal e querosene.
Teve uma falta muito grande numa época, não existia querosene, não existia mais nem SAL, o que era racionado: um quilinho pra um, um quilinho pra outro, um litro de querosene pra um, um litro de querosene pra outro, que ninguém tinha. E tudo era na base do querosene, não tinha energia, não tinha lâmpada, não tinha nada. Então daí, quem tinha um litro de querosene estava rico, ficava a semana inteira, só acendia a luz pra se deitar e já apagava ligeiro, para poupar querosene.” (Juninho complementa que era a energia que existia naquele tempo).
“Então eu me criei aí nesse Itaimbezinho, passando trabalho, criando porcos, arrendatário de mulas, cargueiro, erguendo bruacas, erguendo cercas e fiquei velho.
A HISTÓRIA DE UMA TROPEIRA
Dona Eraclides conta que ia do Slveirão a Caxias do Sul de a cavalo: viajava fazendo a troca de mercadorias, ela era a “madrinheira. ” Os animais tinham sincelo e a gente ia na frente, a madrinheira era quem puxava a tropa e os cargueiros iam tudo atrás. Dormia na estrada, dentro de barraca s que armavam a beira do caminho.
“me criei puxando água nas costas, não tinha água encanada, colocava uma lata no ombro, e um balde na outra mão, puxando água toda a vida, lá de baixo do morro pra cima, de um olho de água que tinha ali (vertente), para as necessidades de casa. Me criei assim, também socando arroz no pilão. Todos os dias , para fazer o almoço, e lavar roupa num rio, ajoelhada numa tábua, tinha que lavar as roupas lá também.
Quando meu pai plantava milho ali em baixo na serra, neste tempo já era moça. Eu vinha ajudar ele levar a carga de milho. Ele tinha um cesto e eu outro. As pessoas até pensam que é mentira, mas não é. Naquele tempo eu tinha força mesmo.
Casei com José nunes com vinte anos. (Seu Zezé Nunes complementa que as vezes quando ia passear lá, em tempos de namoro, ela cozinhava aquelas galinhas gorda, com arroz). Teve com ele 9 filhos. Ganhou todos eles em casa, nunca foi para o hospital. Também nunca levou seus filhos no hospital. Complementa: “Graças a Deus, nunca foi preciso levar no hospital. O primeiro filho que teve nasceu morto e está enterrado no cemitério de pedra. Nasceu duas lá nas contendas, que era a Zeli, e a Zenaide (in Memoriam), daí a Zenilda, o Alberi, o Laury  o Filho e a Picucha todos no silveirão. E a Nega nasceu já na Roça da Estância”. Seu Zezé conta que: quem batizou ela a nega foi o avô do Juninho, o senhor Lindolfo que era o pai da mãe a senhora Adiles.

Seu Zezé Nunes agradece a oportunidade de se apresentar para dar depoimentos das coisas do TRADICIONALISMO da antiguidade. Quero deixar gravado na minha vida, alguma coisa para ver se mais tarde os filhos netos, bisnetos, tataranetos, vão observar o que que eu era na vida. 



 
 

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Família Nascimento - Museu da Estância


José Vilson Júnior do Nascimento, relato (livro Mampituba Um Vale Encantado)
Iniciou na década de 1980, que foi o nosso MUSEU DA ESTÂNCIA. Várias histórias se mantêm conservadas dentro do nosso museu e uma delas, mais destacadas, é da própria família Nascimento. De como se iniciou. A família era residente na época, por volta da década de 60, família do meu avô Jovelino Rodrigues do Nascimento, morador, residente em Cambará do Sul – RS, casado com minha avó Geni Cícer do Nascimento, tinha uma família e desenvolvia atividades lá em cima da serra, na época com serrarias.
E uma das curiosidades do início, tanto do Museu da Estância, como da música na vida de meu pai e nossa, surgiram juntamente nesse período, o qual ainda vai ser citado na sequência que eram as serenatas na época. A minha avó comentava muito sobre isso, que adorava as serenatas que eram bem comuns na serra. Então, o que acontecia nas serenatas eram desenvolvidas de forma surpresa. O pessoal chegava, anunciava a serenata, se o dono da casa aceitasse estava feito o baile. Já pulava para o galinheiro, já ia achar uma carne de porco e estava feito a festa.
O pai, naquela época com seis anos, muito arteiro, então ele tinha e sentia e transpassava algo sobre isso e em algumas conversas passadas pelo meu pai me passa e meu tio mais velho também. Meu avô tratava meu pai de meu negrinho, tocando algum instrumento, tocava especificamente a gaita. Minha avó morreu na serra, consequentemente, meu pai não teve a honra de poder assistir isso. O pai mesmo sem saber, desceu da serra diante desse fato, justamente para poder mudar os ares. Desceu para cá para produzir fumo, pois na época era bem forte essa cultura na região.
A família tratou de se encarregar de comprar uma gaita, que na época não era fácil. Porém, o meu tio mais velho e o meu avô compraram essa gaita. O pai sem saber o porquê disso, sabia que tinha que aprender. Começou então a desenvolver essa necessidade de tocar a gaita porque o pessoal passou para ele essa obrigação. O que acontecia, muitas vezes naqueles serões de estufa, turno inverso que tinha que cuidar do fogo. O pai ficava lá tentando na gaita, isso com grande pressão do avô e do tio, que até então na sequência explicaram a necessidade de tocar esse instrumento musical.
O pai foi uma dessas pessoas que desenvolveu este talento e passou para a família também e de forma individual, aprendeu com a força de vontade e com um único objetivo. Muito mais que um hobby, é uma missão que vem passando para a família; meus irmãos também tocam e eu também. Era um desejo do vô e da família, que hoje graças a Deus sempre deixamos destacado isso, que nós fizemos a vontade dele e hoje tem vários resultados disso.
             Por volta da década de 60, em 1969 mais precisamente, onde hoje está localizado o MUSEU da ESTÂNCIA, onde iniciou toda essa história. Então, hoje o que procuramos fazer é, como sempre digo, através do museu, passar um pouco desse conhecimento da história dessa região aos visitantes.
Tive a oportunidade de estudar justamente com esse foco, sentindo a necessidade. Eu creio que não só a questão da música passou de família em família, mas sim essa vontade, essa percepção de que é uma necessidade para todos, como foi a gaita para meu pai, ele passou pra gente. Foi também a questão do estudo, na área do turismo que hoje desenvolvemos uma atividade que podemos estar enriquecendo a cultura, que vem diretamente ligado a esse trabalho que a senhora Cloreci vem desenvolvendo. Então, é uma honra para toda a família essa participação.
Gostaria de ilustrar sem muitas imagens, optei por uma única imagem que é do museu da Estância, mas que é a essência do nosso trabalho, da nossa vida e do nosso projeto familiar. Está enfatizada nesta imagem, a simplicidade do nosso povo, que hoje através do turismo nós conseguimos explorar e desenvolver um setor econômico que muita gente cresce no nosso meio. Destacando a simplicidade gostaria de agradecer ao meu pai Vilson José do Nascimento, que duas coisas ele está deixando para mim. 1 - É justamente essa força, essa valorização da gente. 2 - Eu sempre brinco e a maior herança que um filho pode ter: o nome do pai. Então agradeço ao pai. E aproveitando essa história, dizer que nesse sentido: “Se a gente não sabe de onde veio a gente não sabe aonde chegar. ”




terça-feira, 27 de agosto de 2019


Lembranças de meus avós

 Almir Monteiro Correa, funcionário público, prefeitura municipal de Mampituba.36 anos neto de José Emidio Monteiro, filho de  Augusto Santos Correa e Ondina Monteiro Correa 
Colaboradores: Ondina Monteiro Correa(história) e Deoclides Monteiro (fotos)
3.17.1 - José Emídio Monteiro e Maria José Monteiro
Ainda lembro e lembro muito bem, de meu avô e sua figura e personalidade inconfundíveis, sua boina cobrindo os seus cabelos brancos, o palito de fósforo sempre no canto da boca, aquele velho pedaço de mangueira preta com qual brincava e batia em minha cabeça para depois me presentear com balas e pirulitos e de sua vestimenta tradicional e inconfundível bombachas e botas sempre, de minha avó lembro dela sentada em seu sofá e de seu cabelo que era muito fininho e liso e que continuou preto mesmo com o passar do tempo.
José Emídio Monteiro nasceu na localidade de morro do forno no dia18/12/1902  filho de Emídio Jose monteiro e Carolina Selau o pai de origem açoriana a mãe de origem alemã, perdeu a mãe muito cedo aos sete anos de idade, que morreu ao dar à luz a uma de suas irmãs e a criança vindo a falecer também, assim mudou se para a serra e foi criado por uma casal de amigos de seu pai, seu pai se casou novamente, teve dois irmão legítimos, Emídio Monteiro (miduca) e Teodoro Monteiro e da segunda família de seu pai teve mais seis irmãos, Abel, Emília (Loca),João, Marculina, Maria (nenê) e Osvaldino(nina).
3.17.2 - Tropeirismo Desde jovem dedicou-se a diferentes atividades profissionais entre elas foi carpinteiro agricultor, açougueiro, comerciante e  tropeiro esta última fazendo com que ele passasse a viajar e conhecer regiões distintas numa dessas viagens conheceu Maria José  Teixeira  em Santo Antônio da Patrulha. Nascida em Santo Antônio da Patrulha no dia10/05/1912 filha de Maria José Teixeira dos Reis e Silvério dos Reis ambos brasileiros de origem de Santo Antônio da Patrulha. Casaram-se passando a morar inicialmente em Santo Antônio da Patrulha local onde nasceram os dois primeiros filhos, logo depois mudaram se para a Praia Grande e depois Mampituba que na época se chamava Rua Nova locais onde nasceram os outros filhos.
Alternando entre idas e vindas e várias mudanças, ao se estabelecer em Praia Grande exerceu as profissões de comerciante e açougueiro, mudou se novamente para a Rua Nova no ano de 1951 trabalhando com armazém, açougue, engenho produção de açúcar mascavo, e plantação de cana de açúcar morando na Rua Nova durante os anos de 1951 e 1962, depois mudou-se para Vila Brocca e mais tarde encruzo Marçal na Vila Pereira Lentz no período entre 1961 e 1962 onde também teve um comércio, com as mudanças passando e se tornar uma rotina para família mudaram-se novamente para Praia Grande permanecendo lá de 1963 a 1970. Retornou um curto período para o encruzo Marçal até 1972 saindo antes da grande enchente que ocorreu em março de 1974 , quando aconteceu a enchente José Emídio se encontrava na serra do faxinal como havia deixado a família precisou voltar  e devido aos estragos causados pela enchente  teve que descer a serra do faxinal a pé isto  já com 72anos de idade, além  disso devido a enchente perdeu uma casa situada no encruzo Marçal, depois da enchente retornou mais uma vez ao encruzo Marçal construiu uma nova casa e residindo ali de 1978 até 1982 depois retornaram a Praia Grande onde viveram por dez anos até o fim de suas vidas.
Maria José Monteiro faleceu em sua casa, aos 80 anos de idade, no dia no dia 24 de julho de 1991 e José Emídio Monteiro também em sua casa com 91 anos de idade no dia 21 de maio de 1992 ambos estão sepultados no cemitério de Praia Grande.
Ao todo José Emídio Monteiro e Maria José Monteiro tiveram treze filhos: Osvaldina, Orlandina, Deomar, Deoclesio, Onira, Ondina, Oneide, Olga, Olma, Deoclides, Ocilma, Orlene e Olenir sendo 5 falecidos: Orlandina, Onira, Oneide, Olga, Olma as três últimas falecendo ainda crianças e as duas últimas gêmeas, e tiveram também trinta netos; trinta e cinco bisnetos e 14 tetranetos. Uma grande família.
Como sempre ouço minha mãe e meus tios dizerem a casa dos meus avós era sempre cheia de gente, na mesa da casa deles sempre cabia mais um, meu avô não foi um homem rico não teve grandes posses nem foi político nem nada disso, foi um homem simples de hábitos simples, um pescador passava as tardes pescando, pois esse era seu passatempo preferido, mas foi um grande homem sem sombra de dúvida foi e junto com minha avó construíram uma grande família a minha família, com certeza foram suas maiores riquezas, e valores como honestidade, bondade e generosidade foram as maiores heranças deixadas por meu avô a sua família.
Usando um verso de uma canção escrita pelo maior cantor gaúcho de todosos tempos Teixeirinha, faço uma homenagem ao meu avô José Emídio Monteiro, minha avó e toda a família Monteiro.
``Tropeiro velho hoje descansa em paz
Estou fazendo aquilo que ele fez
Os anos passam também fico velho
Vou esperando chegar minha vez´´
 Teixeirinha







quarta-feira, 21 de agosto de 2019


CONTRIBUIÇÕES PARA A HISTÓRIA (Do livro Mampituba Um Vale Encantado)
Professora Senhora Maria Veni Brocca Minoto

1.EMPRESA MAMPITUBA
A empresa Mampituba que iniciou como linha seca por apenas andar em tempo não chuvoso iniciou-se por volta do ano de 1947 ou 1948, tratava-se de um período de experiência de um caminhão Chevrolet toldado, sendo a seguir substituído por ônibus. A partir de então, o caminhão servia como auxiliar quando o ônibus quebrasse nas estradas rudimentares.
Primeiros motoristas foram da seguinte ordem – Valdevino Ireno Cardoso, Joventino Ireno Cardoso e Inê Brocca.  Este último, inicialmente era cobrador. Nesta época muitas pessoas pediam para parar o ônibus a fim de perguntar as horas, trocar dinheiro ou oferecer café ao proprietário Senhor Olívio Brocca, bem como ao motorista e cobrador.
Comércio - Olívio Brocca ao vender essa pequena empresa que fazia o trajeto Praia Grande, Santa Catarina a cidade de Torres, RS. Estabeleceu-se com comércio na entrada do Rio de Dentro, mais tarde chamada de Vila Brocca. Esse comércio tratava-se de loja de tecidos, confecções e armarinhos, bem como secos e molhados. Transformou-o junto em sociedade com seu tio Daniel Brocca e seu filho Inê Brocca num atacado de compra e venda a varejo de grande porte.
Já no ano de 1957, Olívio Brocca sofreu um derrame cerebral muito forte, ficando paralisada a voz por muito tempo, além de várias outras sequelas o que o tornou o importante projeto de vida em fracasso.
Nesse tempo do comércio de Olívio Brocca e que através dele e de seu amigo que só conheci pelo nome de Ari, foi entabulado e estabelecido a granja de arroz SCHAZAN de Porto Alegre, que deu grande impulso no meio local, tanto em Vila Brocca como em Rio de Dentro.
Já existiam nesta época- serrarias, barbearias, ferrarias e engenhos de cana de açúcar, pequenos armazéns. Mais tarde houve ponto de táxi, sapataria, alfaiataria e fábrica de balas do senhor Neco Davi.   Naquela época era fiscal de quarteirão da região Demétrio Alves Fogaça residente em Roca da Estância. 
Por influência do governo Antônio Almeida em 1960 ou 61 – Prefeito da cidade de Torres, amigo de Brizola, governador do Estado do Rio Grande do Sul, foi construída a Escola Rural de Roça da Estância, que já funcionava desde agosto de 1959, primeiramente (59) em um salão particular pertencente ao Senhor José Rosa e a partir do ano de 1960 no salão paroquial.
Em 1959 passou a se chamar Escola Reunida de Roça da Estância e eram seus professores – Nair dos Anjos Muller, Maria Veni Carvalho Brocca e Santana Clezar. Em 1960 assumiu suas funções nessa escola Maria Daitx de Matos, somando-se então quatro professores.
A Escola Marciano Cardoso iniciou por volta de 1963, por influência de Antônio Almeida. A primeira diretora foi Maria de Vargas Maciel.
No governo de Antônio Almeida o Senhor Segundo Bedinot foi suplente de vereador representando a comunidade.
Artes e artesanato – Muitas moças também aprendiam bordados e crochê, segundo depoimento de minha mãe, nascida em 1906.
Alimentação – o café era colhido pelas donas de casa nos pequenos cafezais ou comprado em grãos no comércio. Em casa era torrado na panela e mais tarde na torradeira, socado no pilão, depois peneirado ficando pronto do uso.
Para fazer compras no comércio levava-se sacos ou a mala de algodão (tecido).
Nascimento – os nenês usavam uma faixa de tecido no cordão umbilical e outro em volta de todo o corpo para ficar firme. Acreditava-se no mal de sete dias, pois ao sétimo dia de nascimento, não podiam tirar o nenê do quarto.
1955 – 1959 – já existiam patrolas no município primeiramente operada pelo senhor Manoel da Silva (Manequinha da patrola), depois por Zeferino Joaquim.
1960 – 1963 – prefeito Municipal Antônio Almeida, vereador representante da região – Segundo Bedinot – destaca-se esse governo na construção das escolas de Vila Matias e de Vila Brocca. A escola estadual de Rua Nova foi construída pelo governador do Estado Leonel de Moura Brizola, por influência de Antônio Almeida e líderes locais. Nessa época foram construídas pequenas pontes e aperfeiçoamento de estradas com patrola e tombadeira. As estradas eram roçadas pela comunidade, as vezes em troca por impostos.
1964 – 1968 – Prefeito Municipal Pedro Cardoso Duarte, subprefeito da região de Mampituba Manoel João Brocca, Construção de pontilhões, reparos e conservação de estradas. Construção de escolas em Rio de Dentro e Roça da Estância, construída pelo Governo do Estado, da E.E.E.F. Marciano Cardoso de Costãozinho.
No ano de 1964 foi criada a paróquia de Bom Jesus de Roça da Estância, assumindo como pároco o Padre Mariano Callegari.. Neste período houve um movimento comunitário mais socializado, com associações, sindicatos rurais, grupos de jovens, cursos de carpintaria, corte e costura, bordados e outros artesanatos, sendo liderados pelos tutores – Maria Mugnhol, João Rodrigues da Silva (Joao Porcina) e outros.
Governo municipal Manoel João Machado, subprefeito Jerônimo Selau (Falecido Barroso). Consegue-se a energia elétrica através da cooperativa de Praia Grande;SC, primeiramente para a Sede do 7°distrito, graças ao empenho de vários líderes locais como – Valdir Minoto, Ivo Possamai Della, Artur Vagner, Aurino Correa, etc, Mais tarde também foi estendida a outras comunidades. Construção de mais estradas e escolas.
1973 – 1977 – Clóvis Webber Rodrigues, vereador pela região Valdir Minoto, subprefeito Joaquim dos Santos Rocha. Neste período as comunidades de Roça da Estância, Vila Brocca, Vila Pereira Lentz e Rua Nova foram assoladas pela desastrosa ENCHENTE DE 20 DE MARCO DE 1974, onde foram ceifadas muitas vidas. As famílias desta região perderam casas, terras, animais, plantações, armazéns, indústria madeireira. As regiões mais devastadas foram – Vila Brocca, Vila Pereira Lentz e parte de Rua Nova.
Reunidos Valdir Minoto e Joaquim dos Santos Rocha, juntaram forças e buscaram recursos com o governo municipal já no dia 25 de março de 1974, indo em um caminhão até Torres, tendo que fazer a volta por Três Cachoeiras. Já nesse mesmo dia a tarde chegava as primeiras compras através do município a comunidade de Rua Nova, e nos dias a seguir, conforme as águas baixavam até as outras localidades. As doações dos mais diversos órgãos permaneceram vindo e sendo distribuídos até novembro de 1974.
Nesse período crítico também fomos assistidos por um médico e um enfermeiro enviados pelo FUNRURAL pertencentes a Igreja Adventista do 7° Dia, equipes da secretaria da saúde trabalharam para consultas e vacinação. Equipes do Exército Nacional assistiram com médicos, dentistas. Reconstrução e demolição em outro local   da escola  de Vila Brocca, assim como pintaram a escola estadual de Costãozinho. Estradas e pontes desta região tiveram que ser refeitas pelo poder municipal. Criados postos de correio.  Destaca-se por insistência de Valdir Minoto a construção da estrada que liga Rua Nova a Costãozinho, para evitar desavenças entre proprietários.
Comissão Emancipacionista –Valdir Minoto esteve ausente por um período, porém a partir de seu retorno a Torres, encarregou-se em fazer toda a documentação necessária para que ocorresse a emancipação.
Gervásio Menegás foi aí a residir no ano de 1962. Santa Luzia consta desde 1951 Manoel Lentz e Inácio Atanázio Muller. Na cozinha de Manoel Lentz (Neco) havia marcas de tiroteio em revoluções, na qual morreu o avô do motorista Vilson José do Nascimento da empresa Mampituba.
Armazéns e lojas de Velocino José Pereira (Velúcio Bento como era conhecido) Marcilio Cristovão e Arno Muller.
1948 – 1949 – Iniciam escolas no salão comunitário Rio de Dentro com a Professora Joana Preto Pereira, e em particulares tem da Vila Pereira Lentz, até então denominada Praia Grande, Rio Grande do Sul. Primeiro na casa de dona Edvirges Rodrigues , depois de Theófilo Lentz, tendo como primeira professora Orlandina Lentz, depois Lidia Brocca Lentz. 

segunda-feira, 13 de maio de 2019

QUADRANTE PATRULHENSE – TORRES e seus municípios FILHOS


 3.1 RESGATANDO....
Apresentação: Terezinha Borba Quadros – Professora, historiadora e Cidadã emérita deste município.  Descendentes açorianos, alemães e italianos
....Falar sobre a história do município de Mampituba é resgatar a história de seu povo e a estrada percorrida por bisavós, avós e pais até chegar na atualidade. O patrimônio histórico material e imaterial de uma cidade é a maior riqueza de sua gente. É preciso valorizar e conhecer este tesouro, antes que desapareça. Portanto, o povo de Mampituba está de Parabéns, pois a Vereadora e Professora Cloreci Ramos Matos, está buscando não perder as raízes, através da pesquisa oral, pois na atualidade, historiador de tempo recente é um criador do arquivo da palavra, ao registar as falas dos atores sociais. Como oralista da história, sua prática deve ser cuidadosa na técnica de depoimentos, bem como na análise e na interpretação, porque também precisam narrar emoções, silêncios, exclamações, interrogações e risos. Trata-se de um instrumento de compreensão das ações humanas e dar suas relações de compreensão das suas relações com a sociedade organizada.>
QUADRANTE PATRULHENSE – TORRES e seus municípios FILHOS
Falar desse município é uma tarefa muito difícil pela grandiosidade deste povo, suas histórias e suas paisagens, mas, o que muito bem estão fazendo o povo dessa terra.
Vou falar do amado MAMPITUBA / antiga RUA NOVA de forma sucinta.
Em 07 de outubro de 1809. Por ordem da realeza D. JOÃO VI, foi criada a 1ª rede de municípios do Rio grande do Sul, sendo em número de quatro: Porto Alegre, Rio Grande, Rio Pardo e Santo Antônio da Patrulha.
Pertencemos a SANTO ANTÔNIO, onde atualmente conta com 77 municípios e inseridos nesta rede o Município de Torres e seus 6 filhos.
Arroio do Sal- emancipado em 1988;
Três Cachoeiras - emancipado em 1988;
Três Forquilhas - emancipado em 1992;
Morrinhos dos Sul- emancipado em 1992;   
Dom Pedro de Alcântara- emancipado em 1995;
E no mesmo ano pela Lei nº 10.671 de 28 de dezembro de 1995, cria o município de MAMPITUBA, instalado em 1º de janeiro de 1997.
              Nossa Região é uma mistura de etnias, por volta de 1.752, foram se instalando os primeiros açorianos, vindo das Ilhas do Arquipélago dos Açores, que foram entrando para a região por Laguna e Viamão.
Abaixo o ARQUIPÉLAGO DOS AÇORES, de onde muitos dos nossos
Ascendente do além mar, partiram com destino às terras brasileiras.
ARQUIPÉLAGO DOS AÇORES

AÇORIANOS, ALEMÃES E ITALIANOS
Mas, por muitos anos São Domingos das Torres, nada mais era do que uma passagem do Norte para o sul. Por ser a divisa de província do Rio Grande do sul e Santa Catarina.
Somente em 1803 chegou o Sargento Manoel Ferreira Porto (português ilhéu) denominado o nosso fundador e ainda nomeado comandante da Guarda. (Do forte).
Mais tarde foi construído o Presídio que deram o nome “Baluarte Ipiranga” presos de guerra, sobre comando do já Alferes Manoel Ferreira Porto.
Em 1815 o Alferes, recebeu autorização do Bispo para construir uma capela com mãos de obra de prisioneiros e índios. Em 24 de outubro de 1824 foi inaugurada, sofrendo depois algumas alterações- é hoje a IGREJA SÃO DOMINGOS “das Torres”.
Em 17 de novembro de 1826, chegaram os primeiros imigrantes alemães, por inúmeros motivos os católicos, após muito sofrimento na região alagada em Torres, foram se fixar em Colônia de São Pedro e os Protestantes já  se estabeleceram no Vale de Guananazes, atual Três Forquilhas, pois com as famílias veio o Pastor Voges, professor e médico. Aproximadamente por volta de 1890, foram chegando os italianos, vindos da região serrana, estabelecendo-se na região de Pirataba e Morro Azul.
3.2 PECULIARIDADES
O processo de desenvolvimento de Torres, acontecia lentamente, devido as grandes dificuldades de acesso (estradas) que era feito então, pelas lagoas, rios e tropas de mulas.
O município de Mampituba, sua emancipação se deve a coragem e ao carisma do grande guerreiro Élio de Farias Matos, pelo exemplo de luta, enquanto Vereador ( duas gestões), no município pai – “Torres”.  Sendo, reconhecido por sua comuna e assim o primeiro PREFEITO do novo município filho - “MAMPITUBA”.
Registro aqui algumas peculiaridades e coincidências deste povo.
 O 1º Prefeito de Torres - Moysés Camillo de Farias, foi o Padrinho de Batismo do 1º Prefeito deste município, Élio de Farias Matos.

 






O 2º Prefeito de Torres, Cel. Severiano Rodrigues da Silva, tem aqui nessa comunidade muitos dos seus descendentes, entre eles o bisneto, o atual Vereador Arnaldo da Silva. Foi também Patrono da Escola Municipal, na localidade de Rio de Dentro.

 3.3 MAMPITUBA: nome e suas origens.
RIO que faz divisa entre o nosso Estado e o de Santa Catarina.
              Na linguagem dos indígenas, tanto pode ser PAI DO FRIO, como rio de muitas curvas ou Serpentes (cobras chatas).
              Um Rio com um curso de 18,5 km de extensão, que se origina pela junção do Rio Sertão e Glória.
             Seu nome deriva-se, segundo Teodoro Sampaio, de mã-pituba = coisa que é arejada, ventilada.
             Segundo Vieira da Rosa, porém, de MAMDI-TUBA - Onde há muitos mandins, peixe este que, se encontra em abundância no curso do rio, a nós parece a antiga forma IBOPETUBA, indica que no nome do rio entra a palavra tupi “imboi” = a COBRA.

3.4 CARACTERÍSTICAS
A profundidade fica em 5 metros logo na barra do Sertão, a largura média uns 60 metros, vindo a estreitar até 4 e 5 metros de largura, o que dificulta a navegabilidade.
Os únicos afluentes do Mampituba são: na margem esquerda a sanga da Madeira, escoadouro navegável da lagoa do Sombrio, que por sua vez está em comunicação com a do Caverá; na margem direita a Sanga da água boa de Torres, sangradouro da lagoa de Torres.
Dos galhos componentes do Mampituba o mais importante é o SERTÃO.
ALGUMAS IGREJAS DO MUNICÍPIO DE MAMPITUBA
E importante que o passado não se perca, por isso me propuz, na década de 90, pesquisar e registrar através de imagens, parte da história religiosa deste município.
Estes verdadeiros templos espirituais, pontos de valor cultural para o município, além da magia e do encantamento, as histórias das famílias com seus parentes e vizinhos, seus costumes, aspirações, tristezas, alegrias e principalmente sua simplicidade. É nessa simplicidade que se pode ver o belo.
Toda cidade e toda comunidade, seja urbana ou rural ela inicia-se com um aglomerado de famílias, e ali vai surgindo o povoado, o natural é a construção de uma capela, uma igreja é um marco, é o ápice do seu início. Uns cresceram, outros permanecem pequenos povoados, mas tem uma referência: a igreja.
 3.5 – IGREJAS DO MUNICÍPIO
IGREJA PIONEIRA NO MUNICÍPIO DE TORRES. Inaugurada em 1824.
Destacou-se naquela ocasião, no decorrer da minha pesquisa, no antigo são domingos “das Torres”, a Religião Católica Apostólica Romana, sendo na ocasião a mais difundida na Região.
 RUA NOVA/ MAMPITUBA. Construção iniciada 1947 e CONCLUÍDA EM 1951. Padroeiro São José 
                                            
                        Chapada do Morro Bicudo



COSTÃOZINHO- PADROEIRO SANTO ANTÔNIO. Construída em 1930. com reformas em 1945 inaugurado um sino com 109 quilos. REFORMA EM 1965. 

  

VILA BROCCA- IGREJA NOSSA SENHORA APARECIDA.

  ROÇA DA ESTÂNCIA. Padroeiro BOM JESUS. Construída em 1955.   
MORRO TAQUARUÇU –Padroeira Santa Terezinha .Construída em 1987.



 Salão -  Igreja – Escola Rio da Invernada


RIO DE DENTRO – Padroeiro São MANOEL. Construída em 1990.






Fica aqui um QUESTIONAMENTO ?
ESCOLA E CAPELA ? Espaço de 
Propriedade de João Ferreira Alves, funcionou neste local: Consultório dentário, correio, bar. 



Professora /Pesquisadora: Terezinha C. de Borba Quadros