CONTRIBUIÇÕES PARA A HISTÓRIA (Do livro Mampituba Um Vale Encantado)
Professora
Senhora Maria Veni Brocca Minoto
1.EMPRESA MAMPITUBA
A
empresa Mampituba que iniciou como linha seca por apenas andar em tempo não
chuvoso iniciou-se por volta do ano de 1947 ou 1948, tratava-se de um período
de experiência de um caminhão Chevrolet toldado, sendo a seguir substituído por
ônibus. A partir de então, o caminhão servia como auxiliar quando o ônibus
quebrasse nas estradas rudimentares.
Primeiros
motoristas
foram da seguinte ordem – Valdevino Ireno Cardoso, Joventino Ireno Cardoso e Inê
Brocca. Este último, inicialmente era
cobrador. Nesta época muitas pessoas pediam para parar o ônibus a fim de
perguntar as horas, trocar dinheiro ou oferecer café ao proprietário Senhor Olívio
Brocca, bem como ao motorista e cobrador.
Comércio - Olívio Brocca ao
vender essa pequena empresa que fazia o trajeto Praia Grande, Santa Catarina a
cidade de Torres, RS. Estabeleceu-se com comércio na entrada do Rio de Dentro,
mais tarde chamada de Vila Brocca. Esse comércio tratava-se de loja de tecidos,
confecções e armarinhos, bem como secos e molhados. Transformou-o junto em
sociedade com seu tio Daniel Brocca e seu filho Inê Brocca num atacado de
compra e venda a varejo de grande porte.
Já
no ano de 1957, Olívio Brocca sofreu um derrame cerebral muito forte, ficando
paralisada a voz por muito tempo, além de várias outras sequelas o que o tornou
o importante projeto de vida em fracasso.
Nesse
tempo do comércio de Olívio Brocca e que através dele e de seu amigo que só
conheci pelo nome de Ari, foi entabulado e estabelecido a granja de arroz
SCHAZAN de Porto Alegre, que deu grande impulso no meio local, tanto em Vila
Brocca como em Rio de Dentro.
Já existiam nesta época- serrarias,
barbearias, ferrarias e engenhos de cana de açúcar, pequenos armazéns. Mais
tarde houve ponto de táxi, sapataria, alfaiataria e fábrica de balas do senhor Neco
Davi. Naquela
época era fiscal de quarteirão da região Demétrio Alves Fogaça residente em
Roca da Estância.
Por influência do governo Antônio
Almeida em 1960 ou 61 – Prefeito da cidade de Torres, amigo de Brizola,
governador do Estado do Rio Grande do Sul, foi construída a Escola Rural de Roça
da Estância, que já funcionava desde agosto de 1959, primeiramente (59) em um
salão particular pertencente ao Senhor José Rosa e a partir do ano de 1960 no
salão paroquial.
Em 1959 passou a se chamar Escola Reunida
de Roça da Estância e eram seus professores – Nair dos Anjos Muller, Maria Veni
Carvalho Brocca e Santana Clezar. Em 1960 assumiu suas funções nessa escola
Maria Daitx de Matos, somando-se então quatro professores.
A Escola Marciano Cardoso iniciou por
volta de 1963, por influência de Antônio Almeida. A primeira diretora foi Maria
de Vargas Maciel.
No governo de Antônio Almeida o Senhor
Segundo Bedinot foi suplente de vereador representando a comunidade.
Artes
e artesanato
– Muitas moças também aprendiam bordados e crochê, segundo depoimento de minha
mãe, nascida em 1906.
Alimentação – o café era
colhido pelas donas de casa nos pequenos cafezais ou comprado em grãos no comércio.
Em casa era torrado na panela e mais tarde na torradeira, socado no pilão,
depois peneirado ficando pronto do uso.
Para fazer compras no comércio levava-se
sacos ou a mala de algodão (tecido).
Nascimento – os nenês
usavam uma faixa de tecido no cordão umbilical e outro em volta de todo o corpo
para ficar firme. Acreditava-se no mal de sete dias, pois ao sétimo dia de
nascimento, não podiam tirar o nenê do quarto.
1955 – 1959 – já existiam patrolas no
município primeiramente operada pelo senhor Manoel da Silva (Manequinha da
patrola), depois por Zeferino Joaquim.
1960 – 1963 – prefeito Municipal Antônio
Almeida, vereador representante da região – Segundo Bedinot – destaca-se esse
governo na construção das escolas de Vila Matias e de Vila Brocca. A escola
estadual de Rua Nova foi construída pelo governador do Estado Leonel de Moura
Brizola, por influência de Antônio Almeida e líderes locais. Nessa época foram
construídas pequenas pontes e aperfeiçoamento de estradas com patrola e
tombadeira. As estradas eram roçadas pela comunidade, as vezes em troca por
impostos.
1964 – 1968 – Prefeito Municipal Pedro
Cardoso Duarte, subprefeito da região de Mampituba Manoel João Brocca,
Construção de pontilhões, reparos e conservação de estradas. Construção de
escolas em Rio de Dentro e Roça da Estância, construída pelo Governo do Estado,
da E.E.E.F. Marciano Cardoso de Costãozinho.
No ano de 1964 foi criada a paróquia de
Bom Jesus de Roça da Estância, assumindo como pároco o Padre Mariano Callegari..
Neste período houve um movimento comunitário mais socializado, com associações,
sindicatos rurais, grupos de jovens, cursos de carpintaria, corte e costura,
bordados e outros artesanatos, sendo liderados pelos tutores – Maria Mugnhol,
João Rodrigues da Silva (Joao Porcina) e outros.
Governo municipal Manoel João Machado, subprefeito Jerônimo Selau (Falecido
Barroso). Consegue-se a energia elétrica através da cooperativa de Praia
Grande;SC, primeiramente para a Sede do 7°distrito, graças ao empenho de
vários líderes locais como – Valdir Minoto, Ivo Possamai Della, Artur Vagner,
Aurino Correa, etc, Mais tarde também foi estendida a outras comunidades.
Construção de mais estradas e escolas.
1973 – 1977 – Clóvis Webber Rodrigues,
vereador pela região Valdir Minoto, subprefeito Joaquim dos Santos Rocha. Neste
período as comunidades de Roça da Estância, Vila Brocca, Vila Pereira Lentz e
Rua Nova foram assoladas pela desastrosa ENCHENTE
DE 20 DE MARCO DE 1974, onde foram ceifadas muitas vidas. As famílias desta
região perderam casas, terras, animais, plantações, armazéns, indústria
madeireira. As regiões mais devastadas foram – Vila Brocca, Vila Pereira Lentz
e parte de Rua Nova.
Reunidos Valdir Minoto e Joaquim dos Santos
Rocha, juntaram forças e buscaram recursos com o governo municipal já no dia 25
de março de 1974, indo em um caminhão até Torres, tendo que fazer a volta por
Três Cachoeiras. Já nesse mesmo dia a tarde chegava as primeiras compras
através do município a comunidade de Rua Nova, e nos dias a seguir, conforme as
águas baixavam até as outras localidades. As doações dos mais diversos órgãos
permaneceram vindo e sendo distribuídos até novembro de 1974.
Nesse período crítico também fomos
assistidos por um médico e um enfermeiro enviados pelo FUNRURAL pertencentes a
Igreja Adventista do 7° Dia, equipes da secretaria da saúde trabalharam para
consultas e vacinação. Equipes do Exército
Nacional assistiram com médicos, dentistas. Reconstrução e demolição em
outro local da escola de Vila Brocca, assim como pintaram a escola
estadual de Costãozinho. Estradas e pontes desta região tiveram que ser
refeitas pelo poder municipal. Criados postos de correio. Destaca-se por insistência de Valdir Minoto a
construção da estrada que liga Rua Nova a Costãozinho, para evitar desavenças
entre proprietários.
Comissão
Emancipacionista
–Valdir Minoto esteve ausente por um período, porém a partir de seu retorno a
Torres, encarregou-se em fazer toda a documentação necessária para que
ocorresse a emancipação.
Gervásio Menegás foi aí a residir no ano
de 1962. Santa Luzia consta desde 1951 Manoel Lentz e Inácio Atanázio Muller.
Na cozinha de Manoel Lentz (Neco) havia marcas de tiroteio em revoluções, na
qual morreu o avô do motorista Vilson José do Nascimento da empresa Mampituba.
Armazéns e lojas de Velocino José
Pereira (Velúcio Bento como era conhecido) Marcilio Cristovão e Arno Muller.
1948 – 1949 – Iniciam escolas no salão
comunitário Rio de Dentro com a Professora Joana Preto Pereira, e em
particulares tem da Vila Pereira Lentz, até então denominada Praia Grande, Rio
Grande do Sul. Primeiro na casa de dona Edvirges Rodrigues , depois de Theófilo
Lentz, tendo como primeira professora Orlandina Lentz, depois Lidia Brocca
Lentz.
Olá!
ResponderExcluirSou Protasio Ferreira da Silva, natural da Roça da Estância, nasci em 1957 e mudei para Caxias em 1969.
Adorei o trecho da história contada acima.
Vou atrás do livro Mampituba Vale Encantado.
Abraço
Contato para solicitar o livro 48 996579966 Cloreci. Obrigada pelo comentário. Fico feliz em saber que era aqui desta região. Abraço.
ExcluirMuito interessante, nasci e me criei na Pirataba,conheci o Sr.Olivio Broca que era amigo do meu pai, Osório Machado, na enchente de 74 quando fomos na região, foi uma das coisas mais tristes que presenciei, na minha vida.
ResponderExcluirObrigada pela contribuição sua e de seus familiares nesta história. Valeu abraço.
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